terça-feira, 3 de setembro de 2013

Fantástico revela imagens inéditas da tragédia que matou 10 pessoas em SP

   Um desastre em São Paulo chamou    a atenção de todo o Brasil esta          semana. Um desabamento matou      dez operários na zona leste da          capital paulista.  Por que o prédio      veio abaixo? O que dizem os              responsáveis pela obra?    E quem    eram os trabalhadores que saíram    do sertão nordestino em busca de      trabalho na metrópole? No Maranhão, a reportagem é de Marcos Losekann. Em São Paulo, de Giuliana Girardi.
O toque do sino traduz a dor de todo o povoado. Só da cidade de Clemente, em Barra do Corda, no interior do Maranhão, partiram 4 dos 10 mortos no desabamento.
“No mínimo, tem 80, 100 homens fora daqui. Eles vão para trabalhar e passam 3 meses, 4, e aí vem. No máximo, 6 meses”, diz Valdir Vieira Silva, parente de vítima.
Mas o que leva tanta gente à metrópole em eterna construção? O que queria Raimundo, que morreu soterrado em São Paulo, aos 37 anos? “O sonho dele era de comprar uma moto, como a maioria do pessoal que saiu daqui, conseguir uma vida melhor, fazer uma casinha uma vida melhor, fazer uma casinha”, conta Janiel Campos Ferraz de Souza, irmão de Raimundo.
Raimundo sempre mandava notícias. “A última vez foi terça-feira, 7 horas da manhã, minutos antes da tragédia. Ele ligou e disse que estava indo para o trabalho. Ele se despediu e eu disse pra ele: Deus te abençoe e abençoe mesmo”, lembra Sebastião de Souza, pai de Raimuno.
Entre o sonho e a realidade, uma longa jornada. Falta de perspectiva, falta de trabalho, de esperança no futuro. Uma vontade de viver distante da pobreza. É isso que move os filhos do interior maranhense rumo às oportunidades que surgem longe, bem longe. Mas para isso, é preciso trocar a poeira das ruas dos povoados em que nasceram pelo asfalto e o concreto da cidade grande. E quem sabe um dia voltar, bem de vida. Um projeto que, no caso dos trabalhadores mortos em São Paulo, ficou pelo caminho.
Marcelo, outra vítima, tinha 22 anos. Passou os três últimos trabalhando em São Paulo. Estava juntando dinheiro pra pagar a cirurgia de catarata da mãe. No Natal passado, deu um presentão pra família. “Era o sonho da minha mãe era fazer esse banheiro pra ela”, diz Silas Rodrigues, irmão de Marcelo.
Dona Teresa se emociona. “Na hora que botaram ele na maca, só um nome que ele chamava. Era ‘mamãe, mamãe, mamãe”, conta Teresa Rodrigues, mãe de Marcelo.
Enquanto pais, irmãos e muitos outros parentes e amigos assistiam ao trabalho dos bombeiros pela televisão, uma família vivia o drama bem de perto.
Felipe Pereira dos Santos foi viver em São Paulo quando ainda era bebê de colo. Aos 20 anos, trabalhava no almoxarifado da obra que desabou. O tio e os pais dele correram atrás de notícias.
“Meu filho é um guerreiro. Ele vai sair dali vivo. Se ele estiver machucado, não me importa. Vou cuidar do meu filho no hospital. Ele falou que eu era a mulher da vida dele, que ele ia fazer de tudo pra mim ser muito feliz”, diz a mãe do Felipe.
Felipe se formou em administração de empresas. O corpo de Felipe foi encontrado 36 horas depois do desabamento.

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