sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Médicos falam sobre as limitações e o preconceito na vida dos obesos

Número de obesos cresceu, mas ainda falta estrutura para acomodá-los.
Para quem luta contra a balança, é preciso lidar ainda com o preconceito.


Uma pesquisa recente do Ministério da Saúde mostrou um crescimento significativo no número de obesos no país e apontou que mais da metade dos brasileiros está acima do peso ideal.

Porém, com a obesidade e o sobrepeso, vêm também diversas dificuldades, como o preconceito e as limitações no dia a dia – apesar dos números crescentes, os estabelecimentos, companhias aéreas e fabricantes de carro e ônibus, por exemplo, ainda não têm estrutura para acomodar essas pessoas sem que elas se sintam excluídas.

No Bem Estar desta quarta-feira (11), o endocrinologista Alfredo Halpern e o psiquiatra Arthur Kaufman explicaram que, para quem luta todo dia contra a balança, não é fácil superar os olhares nas ruas, vencer o preconceito e, com isso, decidir mudar.

Muitas pessoas precisam de um fator decisivo na vida ou um incentivo de alguém para tomar coragem e mudar o estilo de vida, como mostrou a reportagem do Phelipe Siani.

No entanto, até o resultado aparecer, é importante saber lidar com o preconceito em atividades simples do dia a dia. Entre os problemas mais comuns de quem está com sobrepeso, estão a dificuldade para conseguir emprego, os olhares na fila do restaurante por quilo, a entrada no elevador, festas de aniversário e até mesmo a academia – muitos, inclusive, desistem de se exercitar por causa do desconforto que sentem.

Porém, como lembrou o psiquiatra Arthur Kaufman, existem casos em que o preconceito só existe na cabeça do obeso, que pensa que está sendo observado quando na verdade não está.

No caso da professora Renata, de São Paulo, no entanto, dificuldades como essa sempre foram grandes obstáculos. Ela teve que reformar a casa e restringir os meios de transporte para se deslocar pela cidade, tudo para ter uma vida mais próxima possível do normal (veja no vídeo ao lado).

Vale lembrar, porém, que a obesidade é uma doença e o ganho de peso pode ter diversas causas, como explicou o endocrinologista Alfredo Halpern. De acordo com o médico, o obeso não é obeso porque quer e pode ter diversos fatores que influenciam - um deles é a genética, ou seja, filhos de pais obesos têm mais chances de acumular gordura.

Fora isso, o metabolismo varia de pessoa para pessoa e, em alguns casos, as calorias são mais bem aproveitadas – podem ser eliminadas como energia ou depositadas nos músculos, por exemplo. No caso dos obesos, essas calorias viram células de gordura e se estocam no estômago, o que aumenta o peso com maior facilidade.

Além de comer mais do que gasta, a pessoa com excesso de peso pode engordar ainda por causa de outros fatores, como a tensão e o estresse. Esses sentimentos ruins fazem o organismo liberar mais cortisona, hormônio que leva ao ganho de peso pelo acúmulo de gordura e retenção de líquido.

Fora isso, a falta de sono e a deficiência de vitamina D, do sol, também podem influenciar no aumento de peso.

Há ainda a compulsão por comida, que  também pode ser uma grande vilã de quem luta contra a balança. Nesse caso, o paciente compulsivo tem um comportamento depressivo e, por isso, precisa ser tratado com remédios e terapia.

Geralmente, essa compulsão acontece mais com pessoas que fazem muitas dietas restritivas, ou seja, ficam muito tempo sem comer, o que diminui as taxas dos hormônios que dão a sensação de bem-estar, e depois acabam descontando todo esse período.

Por isso, a dica para evitar essas crises compulsivas é procurar outras atividades que liberem esses hormônios, como por exemplo, o exercício físico.

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